A Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) renomeou seu acervo digital, o mais extenso repositório dedicado à pesquisa em Demografia e Estudos Populacionais no país, que agora se chama Biblioteca Dra. Elza Berquó. O espaço celebra o centenário da pesquisadora, que completou 100 anos no último dia 17 de outubro, e tem recebido homenagens de instituições que ajudou a fundar, como o CEBRAP, o Nepo e agora, a própria ABEP.

A plataforma reúne cinco décadas de produção científica da ABEP, com e-books, livros, séries demográficas, textos didáticos e os anais dos Encontros Nacionais e de Grupos de Trabalho. O espaço também abriga coletâneas e registros históricos, distribuídos em abas como “Centenário Elza Berquó”, “Produções e Coletâneas”, “Publicações” e “Autores”. A proposta é ampliar o acesso público à memória intelectual e institucional da demografia brasileira.

A ABEP nasceu da articulação de pesquisadores como Elza Berquó, em 1976, quando um grupo de estudiosos se reuniu no Rio de Janeiro para avaliar os rumos da pesquisa demográfica no país. Um ano depois, em 20 de outubro de 1977, a associação foi formalmente criada. Em carta de fundação, a própria Berquó definiu a entidade como “a realização concreta de ideias gestadas para promover o conhecimento da realidade demográfica nacional”.

O acervo digital lançado agora reflete essa trajetória e reafirma os compromissos da ABEP com a pesquisa e a formação de novas gerações. O projeto é dedicado especialmente à juventude, tema que sempre orientou o trabalho de Elza Berquó. Ao acessar a Biblioteca Dra. Elza Berquó, jovens pesquisadoras e pesquisadores encontram uma trajetória marcada pela inovação e rompimento de paradigmas teóricos e metodológicos que estruturaram o campo demográfico no Brasil.

A ABEP destaca que a nova biblioteca digital é um gesto de preservação e continuidade. “A memória de toda a produção da ABEP passa a carregar, a partir de agora, as palavras inspiradoras da Dra. Elza: é preciso manter a mente livre e aberta para ter novas inspirações”, diz a Associação em texto no site. A homenagem também reconhece a contribuição da demógrafa para debates que atravessam o desenvolvimento social brasileiro, como o envelhecimento populacional, a transição demográfica, a saúde sexual e reprodutiva, o comportamento sexual, a juventude e a saúde da população negra.

Acesse a Biblioteca Dra. Elza Berquó neste link.