Galoá Associações

A Covid-19 e as desigualdades sociais e demográficas nas Regiões Metropolitanas | César Augusto…

15/04/2021

Demografia e Covid 19

Demografia e Covid-19

Rasgaí - EPISÓDIO DE PODCAST #22 | A Covid-19 e as desigualdades sociais e demográficas nas Regiões Metropolitanas | César Augusto Marques

Descrição do episódio

A pandemia da Covid-19 escancarou as desigualdades sociais. Trouxe à tona aspectos da nossa sociedade que muitas vezes passavam despercebidos sem um olhar mais atento. Naturalizada, essa desigualdade permanece latente na sociedade e, apesar de estudos científicos darem conta de suas diversas formas de expressão, nem sempre ela é entendida como uma variável importante para dimensionar e planejar políticas públicas. A desigualdade social pode ser medida através de diversos indicadores e um dos mais conhecidos é o índice de Gini. Esse índice foi desenvolvido pelo italiano Conrado Gini para sintetizar a medida de desigualdade em um grupo populacional. O indicador compara a diferença dos rendimentos dos mais pobres com os mais ricos nessa população e resume o resultado em um número que varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, maior a igualdade. No ranking do Banco Mundial, o Brasil ocupa a nona posição entre as maiores desigualdades medidas pelo índice de Gini. Fica atrás de países como Suriname, Zambia e Moçambique. O episódio #22 do Rasgai conversa com o pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE). Cesar Augusto Marques é sociólogo e demógrafo e publicou junto com outros pesquisadores, o artigo “A desigualdade de renda e a pandemia de Covid-19 nas regiões metropolitanas do Brasil” no volume 78 da Revista Brasileira de Estatística. O estudo foi publicado em 2020 e reflete dados da evolução da pandemia nas Regiões Metropolitanas brasileiras na primeira onda, até meados de julho. Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), Cesar contextualiza que, no Brasil, os 10% mais ricos do país concentraram 43,3% da renda total e 46,9 vezes mais que os 10% mais pobres. Contudo, os valores variam conforme as regiões do país, inclusive entre as áreas metropolitanas, relativamente mais urbanizadas e densas. Assim, Cesar Marques conversou conosco sobre os resultados da pesquisa que analisou em que medida a desigualdade existente em cada uma das Regiões Metropolitanas (RM) pode ter se relacionado com o comportamento da pandemia. O coeficiente de mortalidade (por 100 mil habitantes) apresentou correlação com a taxa de pobreza relativa e a existência de aglomerados subnormais nas RMs. Enquanto que o coeficiente de incidência (por 100 mil habitantes) foi correlacionado ao menor percentual de idosos e à elevada concentração de renda (considerando os 10% mais ricos em relação aos 10% mais pobres). Na sua análise, a pobreza e a desigualdade social são componentes importantes para entender o agravamento da pandemia no país. Diante da ausência de uma ação coordenada entre os entes federativos, as consequências se tornaram mais graves ainda, pois mecanismos de proteção social precisariam de um esforço articulado e de longo prazo para minimizar tamanhos desafios. Como salientado pelo Cesar, reduzir as desigualdades é um projeto de longo prazo e deve ser um esforço de Estado para tornar nossa sociedade mais resiliente a choques como este que vivemos e outros tantos que virão.

O Rasgaí é o podcast do PPGDem. Mais informações: clique aqui

Para ouvir o podcast: clique aqui

 

Essa página foi útil?


Tópicos

Compartilhe suas ideias ou dúvidas com os autores!

Você sabia que o maior estímulo ao desenvolvimento científico e cultural é a curiosidade? Deixe suas dúvidas ou sugestões para o autor!

Logo da ABEP

Associação Brasileira de Estudos Populacionais

Contato

secretaria@abep.org.br